sábado, 4 de dezembro de 2010

Copo meio vazio


Sonho de olhos abertos
sem permitir fechar os olhos
drenando esse veneno, 
cuspindo as mentiras 
em sua face distante,
de cada lágrima que caia
aparecia-me uma cicatriz
e essa luz no céu, 
desmancha nas memórias tranquilizadas,
e ainda não deu para despertar,
nesse sonho de amnésia,
lembro das rasteiras de ar quente,
dessas estrelas sem rumo 
franzidas por ter-te por perto,
todas as risadas em vão,
deixadas ate pelo aroma de areia da praia,
memórias essas que derramam meu copo cheio,
e esse silêncio não se torna mais cômodo, 
esse ruído da janela, agora pode ser só o vento.

Thiago Pires.

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