sábado, 27 de novembro de 2010

Fumaça do tempo



essa chuva pesada
que sobe ao invés de cair
levanta-me pelas gotas de granizo
são essas mesmas,
que nos faz suspirar,
sentir vivo mesmo quando já esta morto,
poder ouvir os rifles de guitarra
deslizando pelos meus ouvidos,
procurar uma saída
na parede sem porta,
quando seu peso
torna-se suficiente para derrubar o vento,
não me leva junto
meus pés estão soterrados,
e eu não posso simplesmente sair
não consigo me ver bebendo gasolina adulterada
já que minha saliva pede Jack Daniel's
goles de varias historias destiladas
por me deixar meio dormente
entorpecido de frases feitas 
que não se repeti
mesmo sendo atraente,
da para ouvir os passos 
da enchente de flores espinhosas,
elas que nunca chegam 
nem avisam quando, 
nem onde,
só sempre acontece,
me jogando nas aventuras saborosas
de delicias perigosas
que se passam pela fumaça do tempo.





  
Thiago Pires

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